quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Etapa 1 - Curitiba - Corrientes - 1.200 km

Primeira etapa vencida! Acabo de chegar a Corrientes, 1.200 km de muito asfalto e um calor infernal, principalmente de Posadas até aqui. Foi um trajeto sem grandes novidades, razão pela qual, só seguem duas fotos hoje (uma do ponto de partida e outra aqui em Corrientes). A paisagem, além de já conhecida, já que até aqui estou percorrendo o mesmo trajeto que fiz para chegar a Ushuaia, não tem praticamente nada de atrativo. Entrei na Argentina pela divisão Barracão - Bernardo Irigoyen (eu sei que tem um "y" nesse bernardo, só nunca sei onde ele vai....) e de lá até Corrientes a paisagem tem dois "tons" muito distintos. O primeiro trecho, de cerca de 350 km até Posadas, é desolador... Uma parte bastante pobre da Argentina, infra-estrutura quase inexistente, barracos e casebres muito precários à beira da estrada, um autêntico "nada". A única novidade foi percorrer este trecho com tempo bom, já que em 2006 cruzei esta etapa debaixo de um verdadeiro dilúvio. O segundo trecho, de Posadas até Corrientes (330 km) é praticamente uma reta infinita, cruzando uma planície sem fim com algumas áreas alagadas e muito gado (inclusive na beira da estrada). O problema foi o calor... o termômetro foi subindo ao longo do dia, saindo dos 20 e poucos graus para bater em 37,5 Celsius no pior trecho. E, ainda pior, foi cruzar Posadas, uma cidade que tem lá seu charme, mas que tem em TODOS os cruzamentos da megalópole semáforos de 4 tempos que, evidentemente, NUNCA estão sincrozinados... Por mais ventilada que sejam jaqueta e calça para pilotar, não há ventilação que dê solução parando a cada quadra em semáforos de vários minutos debaixo de um sol infernal. Verdadeira tortura chinesa...

A moto se comporta expcionalmente bem até aqui, com exceção do marcador de combustível que "surtou", tornou-se inoperante e, a parte chata, é que a luz de advertência de falta combustível agora fica constantemente acesa no painel. E, falando na moto, como de costume, ela é o quebra-gelo por definição. Em TODOS os lugares em que parei, fosse pra abastecer, pra descansar, pra tomar água, vinha gente conversar, querer saber da moto, etc. To pensando até em começar a cobrar pra galera tirar foto, porque a bicha tá uma verdadeira biscate, trocentos hermanos já pediram pra tirar foto dela.

Outro ponto positivo até aqui têm sido os policiais argentinos. Nem sinal de problemas até aqui, fui parado em duas oportunidades sem nenhuma tentativa de achaque. Esperamos que continue assim.

Agora, vou à recompensa do dia: o bom e velho bife de chorizo com uma quilmes de litro. Vou aproveitar pra decidir o trajeto que vou fazer amanhã (devo chegar em Salta ou San Salvador de Jujuy). O policial da alfandega me deu uma dica de um caminho alternativo que não cruza o chaco del infierno (outra reta sem fim, possivelmente mais longa e mais quente que a de hoje), mas tenho a impressão de que aumenta muito o caminho. Vou decidir depois da Quilmes...

Hoje, enquanto rodava naquele calor infernal, derretendo dentro das roupas de pilotagem, estradas desertas por causa do feriado de 01 de janeiro, pensava comigo mesmo: "que diabos tô fazendo aqui??? Podia estar na praia, na piscina, debaixo de um ar condicionado ou sei lá eu onde e fui me meter nesse quase deserto do cão!". E, ao mesmo tempo em que esse instigante raciocínio me ocupava a mente, em uma fração de segundo eu me lembrava de que isto simplesmente não tem explicação. É a paixão pelo motociclismo, pela estrada, por rodar, por sair do lugar comum. Sem dúvida, este ano começou fantasticamente bem!!!! :-)

Hasta mañana, amigos!

Um comentário:

Anônimo disse...

Allan, uma pergunta - vi que vc usou um Zumo 550. Vc gostou ? quais mapas vc instaloualem dos do projeto mapear?
Roberto
(roberto.junqueira@gmail.com)