quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Paso San Francisco - Agora com fotos!

Hoje, finalmente, consegui baixar as fotos da travessia do Paso. Elas estão abaixo, mais ou menos na seqüência em que as paisagens foram se sucedendo. Hoje o dia foi cansativo e sem nada de atrativo, apenas estrada e calor. Aliás, como será todo o roteiro até chegar em Curitiba. De diversão, agora, só mesmo a estrada em si e as 12h de moto por dia.

Mas ontem, o fechamento dos atrativos naturais foi realmente muito legal. Saí de Copiapó 6h30 da manhã, ainda escuro. Já tinha deixado a moto pronta para a travessia, reduzido a pressão dos pneus, água e comida pra passar um mês se preciso fosse, faltando apenas abastecer a moto para a travessia de 475 km sem combustível. No dia anterior já tinha mapeado os postos de gasolina no caminho e, por razões óbvias, programei o reabastecimento para o último posto antes do começo da rota para o Paso. Baaad fucking choice... Dentre todos os postos de Copiapó, este era o ÚNICO que não aceitava cartão... ou seja, puto da vida, tive que voltar até o penúltimo posto, 7 km atrás, para fazer o abastecimento (portanto, para quem quiser cruzar o paso e deixar pra abastecer no último posto, só dá pra fazê-lo em cash).

Problema superado, meia hora perdida, e lá fui eu, montanhas adentro. Devo reconhecer que eu estava um tanto apreensivo. Havia lido vários relatos acerca desta travessia apontando-a como belíssima, mas complicada. A Revista Terra, do mês de novembro, faz um preview do percurso do rally e também traz informações que chamam a atenção pelo que se pode antecipar relativo ao grau de dificuldade da estrada (aliás, o que o indivíduo que fez a matéria falou de besteira, pelo menos sobre o trecho que conheci, não ta no gibi... errou até o número de pasos entre Chile e Argentina – quatro segundo ele, cinco, na verdade). Mas isto foi bom, porque como sempre, preparo em excesso nunca é demais. Possivelmente por fatores climáticos, toda a preocupação com o rípio e com a dificuldade de percorrer os 475 km foram infundados. O trajeto, mesmo nos 285 km de rípio até a fronteira com a Argentina, é MUITO tranqüilo.

A travessia começa adentrando uma cadeia de montanhas enorme. Dá a impressão de que vamos meio que nos perder ali dentro. Montanhas realmente majestosas, e que, de certa forma, nos fazem sentir um tanto pequenos entrando no meio daquele cenário majestoso. O traçado é levemente sinuoso, formado por um solo muito compacto, que permite com tranqüilidade desenvolver velocidades de 120, 130 km/h sem risco, o que só não fiz pra poupar combustível, já que apostei que os 33 litros da Adventure seriam suficientes para me levar ao outro lado sem ter que levar combustível adicional.

Nos primeiros quilômetros, cruzei com duas camionetes, que, deduzi, estavam envolvidas nos trabalhos das várias minas que existem ainda nas baixas altitudes da travessia. Após os primeiros 50 km iniciais, aí sim, a travessia torna-se efetivamente solitária, cruzei apenas com uma outra camionete que ultrapassei depois de algum tempo.

À medida em que a estrada sobe, a paisagem vai mudando. No início, embora predominantemente formadas por rochas, as montanhas apresentam sinais de vegetação. Próximo dos 4.000m, apenas rochas formam a paisagem. Em alguns pontos, o trajeto lembra muito a carretara austral, pela forma como a estrada parece ter sido feita à força no meio da rocha, ora rasgando dois paredões de rocha ao meio, ora nos colocando pendurados com rocha de um lado e um precipício do outro. Em geral, quanto mais se sobe, mais bonita fica a paisagem. Mesmo agora, no verão, surgem picados nevados lá em cima, que constrastam, principalmente próximo à aduana chilena (cerca de 180 km após o início da rota), com salares que surgem aos pés das montanhas. Cenário surreal.

A travessia das duas aduanas foi tranqüila. Sem fila, sem problema. Chegando do lado argentino, a paisagem torna-se menos majestosa (embora ainda bonita) e o trajeto ocorre por excelente asfalto. A chegada a Fiambala foi debaixo de forte calor. E, pela primeira vez, vi verdadeira utilidade do tanque de 33l da Adventure. Cheguei com absoluta tranqüilidade, com quase 10 litros no tanque, o que me deu uma média de quase 20 km/l (obtidos rodando sempre abaixo de 100 km/h, salvo no asfalto, onde rodei até a 110 km/h). Uma média de consumo digna de registro, que me daria 660 km de autonomia com um único tanque!

De resto, dia quente até a chegada em Catamarca. Um dia que vai ficar na memória.































2 comentários:

Anônimo disse...

Linduuuuuuuuu
o passeio
parabens
eu estava com tudo certo para ter ido em dezembro ultimo mas................
foi froid´s e não fui
mas IREI
~ISMAEL

Anônimo disse...

Seu belo relato e belas fotos fizeram meu marido querer dar uma "passadinha" por aí... mas me convenceu também. Abraços e BOAS VIAGENS!!!
Andréa Padovani