Saludos! Hoje o dia comecou cedo. Na verdade, mais cedo do que eu imaginava, já que o relógio atrasou em uma hora e nao me dei conta... Agora, como tenho que esperar até as 9h para ver um monumento aqui em Tilcara antes de ir pra San Pedro (aqui inda sao 8h...), apoveito para atualizar o blog.
Tilcara realmente é uma cidadezinha bacana. Ontem a noite saí a pé pelas ruas da cidade, algo que nao constitui exatamente um desafio já que em 5 ou 6 quadras é possível ir praticamente de qualquer lugar a qualquer ponto do vilarejo. Na praca da igreja, tava rolando uma grande feira de artesanato, que pelo que me contou uma das artesas (parenteses: desisto de tentar achar "til" neste teclado andino, senao nao termino essa postagem nem até amanha...), funciona todos os dias, das 9h as 22h. Tive a impressao de que muito dos costumes dos povos primitivos que habitavam esta regiao antes da invasao espanhola continuam presentes naquele artesanato. Evidentemente muita coisa é feita para turista, o que nao constitui necessariamente um problema (gorros de llama, blusas de la multicoloridas (eita, lá vem o multicolorido outra vez...) e coisas do genero. Mas muito do artesanato produzido carrega simbologias e significados que nao compreendemos a "olho nu" mas que estao ali presentes. Um outro dado interessante, é que Tilcara foi a maior resistencia ao domínio Espanhol, em grande parte, devido a existênia de uma fortificaçao indigena rudimentar (o tal monumento que só abre as 9h) que propiciou aos ancestrais dos orgulhosos cidadaos de Tilcara resistir aos espanhois por mais de 50 anos.
A populacao da cidade tem, predominantemente, uma aparencia andina mesmo, cara e compleicao fisica de indio. É um povo bastante devoto aos seus santos. Caminhando pelas ruas, é possível olhar pela janela de várias casas e perceber nas salas onde as famílias se reúnem, imagens de santos e toda sorte de penduricalho religioso. Ao lado do hotel, na rua, há um mini presépio montado, e percebi muitas pessoas passando na frente do presepio e fazendo o sinal da cruz. Pelas ruas da cidade, no inicio da noite, pelo menos duas "procissoes" podiam ser vistas em momentos e lugares distintos, com um grupo de pessoas caminhando, entoando canticos, e com um tocador de flauta (com aquela sonoridade tipica dos andes - ou se preferir, dos bolivianos que ficavam na boca maldita em Curitiba anos atras tocando e vendendo seus CDs...) e um batedor de bumbo.
A cidade tem uma configuracao bastante irregular. As ruas nao sao simetricas mas eh praticamente impossivel se perder. Muitas ruas de chao batido, e nas que tem calcamento feito com pedras irregulares, evidentemente que a terra andina das montanhas e das ruas nao pavimentadas praticamente toma todos os espacos. Impressionante também é a diversidade de opcoes gastronomicas numa cidade deste tamanho. Encontrei desde estabelecimentos seguramente frequentados apenas pela populacao local até restaurantes bastante sofisticados, nos quais, tenho certeza, a populacao da cidade, se colocou o pé, foi como empregado. Na primeira categoria situam-se aqueles bares estilo "pé sujo", com iluminaçao (achei a cedilha!!!!!!) irregular, mesas simples, poeira nos balcoes, e gente nas mesas com garrafas pet de fanta ou sprite sendo compartilhada entre 4 ou 5 convivas. Na segunda categoria, restaurantes como os que temos em Curitiba ou qualquer outra capitalk, refinados, de apresentacao impecavel, mas que para meu gosto pessoal, num lugar como este, nao vale a pena. Comer em restaurante "cosmopolita" em como em Curitiba, certo? Por isto mesmo, procurei ficar no meio termo. Vários lugares com musica ao vivo, inevitavelmente (e felizmente!!!!) tradicional e regional, com excecao de um local onde rolava um jazz. Alias, este local do jazz era outra coisa interessante, embora dono de um cardapio refinadissimo (onde se apresentavam pratos como cordeiro cozido sei lá eu de que jeito, com batatas cozidas no vinho num sei de que tipo, ou ainda chorizo com guarnizaco de arroz com nozes, damascos e morcilla), tinha uma atmosfera bem particular, com mesas bem simples espalhadas pelo salao, iluminacao de velas, numa combinacao bastante interessante entre o regionalismo local e o que me pareceu ser boa comida. Mas minha escolha recaiu em um estabelecimento chamado "La Peña de Carlitos" (http://www.lapeniadecarlitos.com.ar/home.html). Carlitos é um músico que pelo que entendi obteve alguma projeçao nacional e retornou a Tilcara para viver aqui. O La Peña é a reconstruçao de um restaurante que funcionou de 1967 a 2000 no mesmo lugar sob a batuta dos pais do Carlitos, mas em 2000 um vento muito forte, "hurricanado" destruiu tudo. Carlitos reconstruiu o lugar com a ajuda de amigos e hoje é um "comedor familiar" que serve comida regional e conta com apresentaços diárias de Carlitos e músicos convidados, num show em que o anfitriao intercala cançoes a historias de Tilcara, dos costumes, da cultura, do carnaval da regiao, rolando até uma "dancinha" no final com um casal devidamente caracterizado. Cancoes muito bonitas, especialmente quando um flautista se junto a Carlitos para interpretar musicas da autoria de compositores de Tilcara e regiao. Já no quesito comida, alem da tradicional empanada para entrada, mandei um churrasco de llama! Interessante, mas nada de muito diferente... Se nao me contassem que era llama, eu teria comido e achado que era boi sem maiores problemas.
Muito bem, e agora que já sao 8:30, vou vazar pra passar na praca de Tilcara ntes de ir à fortaleza e fazer umas fotos.
Saludos!
sábado, 3 de janeiro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário