sábado, 3 de janeiro de 2009

Etapa 3 - Tilcara - San Pedro de Atacama - 450 KM

Cheguei!!!!!! 3 dias e cerca de 2.600 KM depois, cá estou em San Pedro de Atacama.

O dia foi incrível! As temperaturas variaram de 3 graus no meio da cordilheira a 38 chegando em San Pedro. Pilotei literalmente entre as nuvens, rodei no meio de um salar e tive falta de ar até pra subir e descer da moto. Peguei ventos laterais fortíssimos e inconstantes na entrada do deserto. E tudo isso só fez o dia ainda melhor! :-D

Saí de Tilcara por volta das 10h, depois de te subido para vsitar uma Fortaleza cujo nome ficarei devendo mas cujas fotos estão abaixo. Há 2.500 m de altitude, subir e descer das construções já foi um parto, mas o melhor ainda estaria por vir... A tal Fortaleza é interessante, um monte de casinha de pedra sobre pedra, construídas pelos habitantes originais da região antes da chegada dos Espanhóis. Os nativos eram bem pequenos, porque em várias portinholas das casinhas eu não consegui nem entrar...





De lá, parti para a tal quebrada de Humauaca novamente, entre as montanha, até chegar a Purmamarca e fotografar o cerro de siete colores, uma montanha belíssima mas cuja foto não ficou nem digna de vir para o blog devido as condições de iluminação (tempo fechado, bem nublado, o que praticamente tornava impossível distinguir as tais sete cores.

De Purmamarca, comecei a subida da cordilheira em direção ao passo de Jama. Aí a coisa ficou divertida... em menos de 50 KM, sai de uma altitude de 2.500 m para 4.500 m. Agora começo a acreditar quando os malas dos jogadores de futebol vão jogar em altitudes elevadas e reclamam que não conseguem respirar. Peloamordedeus, até pra sair da moto e monta na moto dava falta de ar. Parei pra tirar uma foto de uma placa lá em cima da montanha e quase fiquei sem ar. Impressionante... Mas o caminho pra chegar lá foi fantástico. Eu diria que até mais bonito que os famosos caracoles a caminho de Mendoza. Muitas curvas fechadíssimas, sempre subindo. O termometro abaixando velozmente, chegando a 3 graus no ponto mais alto. A partir de uma certa altura, pilotei literalmente nas nuvens. Algo muito interessante, à medida em que se sobe, vc vai percebendo as nuvens lá em cima... daqui a pouco, vc já vê as nuvens ao seu lado nas montanhas em volta. Finalmente, quando vc se dá conta, está cortando as nuvens, uma experiência interessante!




Do "lado de lá" da cordilheira, o tempo estava limpo. Comeceu a descer até chegar a uma longa reta onde, lá na frente já era possível avistar um grande salar, chamado "Las Grandes Salinas".
Um lugar muito pitoresco, sal até onde a vista alcança. Claro que tive que colocar a moto pra rodar no sal (torcendo pro sal não detonar o pneu...). Mas deu tudo certo, tirei a indefectível foto e o pneu sobreviveu pra contar a história. O mais interessante são pontos do salar onde existe uma fina camada de água cobrindo o sal, onde céu e paisagem ficam refletidos. Indescritível.





Próx,ima etapa, cruzar o paso de Jama, antes, fazendo uma parada estratégica para abastecimento em Susques, um nada no meio de nada, onde o posto de gasolina pode ser visto na foto abaixo...

Susques era até alguma semanas atrás o último ponto de abastecimento antes de San Pedro de Atacama, 285 km à frente. Para a sorte dos que trafegam por estas paragens, um posto da YPF que estava em construção, segundo informações de amigos motociclistas, exatamente no Paso de Jama está pronto, novinho em folha! Sou capa de apostar que em semanas o posto de Susques não vai mais existir. Aí vem a velha reflexão... o infeliz do dono daquela espelunca jamais deve ter imaginado que fosse acontecer algo que mudaria o "rumo do seu negócio" naquele fim de mundo. E em acreditando, jamais tenou fazer nada para melhorar o que quer que seja apenas vendendo gasolina a peso de ouro naquele seu reduto exclusivo. Pois é... agora, provavelmente, ele vai dizer que tem muita falta de sorte...

A buroracia na fronteira Argentina foi normal. Encontrei dois motociclistas equatorianos fazendo o caminho contrário na alfandega. De lá, começa de fato o deserto do Atacama. É realmente impressionante... as cores vão mudando, um ambiente extremamente árido, certa dificuldade para respirar, muito vento. Mas tudo muito, mas muito bonito. Llamas e guanacos cruzando a estrada, pequenos salares aqui e acolá, formações rochosas curiosas, um ceú de um azul absolutamente profundo. As fotos abaixo dizem mais do que mil palavras...






E por hora é isso. Agora vou conhecer San Pedro do Atacama. Ah, uma última observação... Se vc estiver pensando em vir a San Pedro em algum momento da sua vida, FUJA da tal Hospedaria Don Raul. O hotel é uma espelunca!!!!!! (deve ser castigo pra eu aprender a não ficar contando vantagem do hotel butiquede ontem...). As fotos na Internet estão maquiadas e eu entrei pelo cano. Como fui avisado de que não deveria tentar a sorte vindo a San Pedro em Janeiro, num final de semana, sem reserva, reservei a bagaça pela Internet. Fazer o que... o jeito agora é encher a cara porque pra dormir nessa pocilga, só mesmo estando BEM cozido....

Saludos!!!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Grande Allan, que tenhas a mesma sorte e sabedoria que tivestes no trajeto de ida. que o pneu suporte o máximo possivel eh as tchicas, bom as tchicas depois de várias quilmes, so voce podera comentar algo ehehehe. Bom retorno, abraços Agnaldo Castanharo